
Uma tarde de domingo em Madri como nunca os torcedores locais haviam visto. Duelo de brasileiros campeões mundiais na segunda semana de 1959.
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A grande atração era o destemido Vavá, o Leão da Copa da Suécia, contratado a peso de ouro pelo Atlético de Madrid após o mundial e que vinha justificando cada peseta investida com muitos gols.
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Rodadas antes havia metido cinco gols no Zaragoza. Mas naquela tarde de janeiro, com o estádio Wanda Metropolitano abarrotado de torcedores, passaria em branco. O brilho seria dos brasileiros do Valencia.
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Aos 8 minutos do primeiro tempo, Wálter Marciano abriria a contagem para os visitantes. O ex-atacante do Santos e Vasco marcou este e muitos outros com a camisa valenciana, sucesso que o fez se naturalizar espanhol.
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Sem chance na Seleção Brasileira, onde havia jogado apenas oito partidas e não era convocado desde 1956, Wálter viu a oportunidade de disputar uma copa do mundo com a camisa da Fúria.
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E era provável que ele realizasse o seu sonho no Mundial do Chile de 62 se, um ano antes, seu carro não batesse de frente num caminhão na estrada entre Valencia a Alicante.
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Dois companheiros de time que estavam com ele no veículo sobreviveram ao acidente. O motorista morreu na hora.
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Voltando ao jogo de 1959, o time de Wálter Marciano ampliou a vantagem aos 11 do segundo tempo. Gol de um outro brasileiro: Joel, um dos gigantes da história do Flamengo, e assim como Vavá campeão do mundo na Suécia.
O ponta direita, inclusive, começou a Copa de 1958 como titular, perdendo a vaga para Garrincha em definitivo a partir da partida contra a URSS.
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No Valencia, no entanto, Joel não tinha que disputar a posição com Mané e era dono da camisa 7 do seu time, que dominou as ações diante da equipe de Madri e só tomaria um gol perto do final, marcado por Irusquieta.